Decorre neste momento no auditório da reitoria da Universidade da Madeira uma acção de formação cujo tema é, essencialmente, o da arte pública, antecipando a inauguração, amanhã à tarde, pelas 19 horas, da instalação ‘tu és pó, e ao pó voltarás’, da artista plástica madeirense Patrícia Sumares. A manhã de hoje foi já preenchida com intervenções de José Pedro Regatão, professor da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Lisboa e autor de livros sobre a temática da arte pública, que realizou uma resenha histórica sobre o assunto, e de Duarte Encarnação, que se debruçou sobre a arte pública na Madeira.
Vítor Magalhães, docente da Universidade da Madeira, e a galerista Arlete Alves da Silva, discorrem neste momento no auditório situado no Colégio dos Jesuítas, no Funchal, sobre os temas da ficção e poder – dispositivos trans-narrativos da imagem e sobre a arte pública em Portugal, respectivamente. Arlere Silva aborda fundamentalmente esta questão desde o monumento perene à efemeridade da arte urbana.
A iniciativa pertence à agência Exit Artistas, de Luís Guilherme de Nóbrega.
A proposta artística de Patrícia Sumares é amplamente provocadora e ocupa vários corredores da antiga estrutura do vetusto edifício do Colégio dos Jesuítas. Inclui múltiplas faces realizadas em cerâmica, num trabalho titânico que durou mais de um ano e que, curiosamente, se destinam a ser destruídas pelos pés dos visitantes.
É um trabalho que questiona a natureza do poder, da efemeridade e da natureza frágil da própria existência, ao mesmo tempo que desafia as habituais percepções humanas de suposta importância pessoal num esquema cósmico no qual, na realidade, as pretensões humanas são facilmente reduzidas à sua insignificância.